

A Vice-reitora da Universidade Rovuma (UniRovuma), Prof. Catedrática Sarifa Fagilde, defende o fim de estereótipos atribuídos à mulher na ciência e acredita ser possível quebrar certos padrões de pensamento associados à essa atitude, nos diversos contextos ao longo da história.
Sarifa Fagilde falava numa videoconferência a partir da cidade de Nampula, na qual participaram as Prof. Doutoras Brígida Sengo, Vice-reitora Académica, e Albertina Nhavoto, docente desta instituição superior de ensino sedeada na cidade de Quelimane, Província central da Zambézia.
A Vice-reitora da UniRovuma acrescentou, na sua intervenção, que para si é importante que se visibilize as contribuições das mulheres na ciência e, ao mesmo tempo, encorajar as novas gerações a superarem os mitos e as barreiras socioculturais, abraçando a carreira científica.
Debruçando-se sobre o tema Mulher nas Ciências em Moçambique: Desafios e Perspectivas, a Prof. Catedrática, Fagilde sublinhou que mulher e ciência é um assunto complexo e que vem sendo debatido desde a segunda metade do Século XX e com maior intensidade nas últimas décadas.
É um tema que continua a apresentar alguma controvérsia, porém entre as diferentes correntes existe o consenso de que a ciência é um campo de poder onde a mulher está em desvantagem, de que a percentagem de mulheres em posições académicas é um problema global e de que a ciência e tecnologia, nos dias em que vivemos, são construções predominantemente masculinas, observou Sarifa Fagilde.
Segundo esta académica, no processo histórico existe a consciência de sub-representação da mulher em áreas como Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (CTEM) em termos globais, sendo a situação mais crítica em África, onde a mulher enfrenta desafios de carácter educacional, cultural e de género.
Para Sarifa Fagilde, situação idêntica vive-se, igualmente, em Moçambique. Ao longo dos meus mais de 45 anos como professora de Matemática e de cadeiras a ela relacionadas nos diversos níveis de ensino foi possível testemunhar que o número de raparigas em cada uma das turmas era e é extremamente baixo, estando as percentagens de raparigas em cada turma situadas abaixo dos 10 por cento, em termos gerais, apontou.
Por outro lado, a fonte especificou que estão a ser tomadas várias medidas visando estimular a mulher a abraçar as áreas de CTEM e políticas que incentivem as jovens cientistas a inverterem a situação, que, gradualmente, tende a melhor.
Citando o Anuário Estatístico de 2016, sobre dados referentes ao ensino público, a Vice-reitora da UniRovuma apontou que nas Ciências a taxa de ingresso era de apenas 27 por cento de mulheres, correspondente a 2.419 de um total de 8.931; na Engenharia, Indústria e Construção a taxa de ingresso situava-se nos 19 por cento, correspondente a 2.809 de um total de 14.739.
Esta situação leva-nos a buscar novas reflexões na tentativa de encontrar aspectos que, de algum modo, norteiam o paradigma actual para que possam ser vistos como desafios, com o objectivo de construção de um mundo em que a mulher seja associada à Ciência, sem interferências de crenças ou preconceitos, e o desenvolvimento de uma visão do mundo, vincou a Prof. Sarifa Fagilde.
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