As obras de reabilitação das instalações onde outrora albergaram o Lar de Estudantes “3 de Fevereiro”, na cidade de Nampula, iniciaram, recentemente, marcando o fim duma longa batalha empreendida pela Universidade Rovuma (UniRovuma) para a sua ocupação.
A assinatura dos documentos para o arranque das obras decorreu em meados de Julho, envolvendo representantes da área administrativa e financeira da UniRovuma e da Construtora portuguesa CONDOR.
A UniRovuma esteve representada pelos directores da Planificação e Desenvolvimento Institucional, Prof. Doutor José Baptista, do Património e Desenvolvimento de Infraestruturas, Mestre Arlindo Nkadibuala, das Finanças, Mestre Alcido Juaniha, e pelo assessor da área administrativa, Mestre Juma Muteliha. A CONDOR fez-se representar pelo Eng. Carlos Serra, responsável de obras desta empreitada lusa.
Segundo o Eng. Carlos Serra, as obras de reabilitação do edifício vão durar um ano, consistindo na colocação de janelas, portas, a renovação do pavimento, a reparação de fossas, cobertura, transformação de alguns compartimentos em gabinetes, entre outras beneficiações.
Carlos Serra acrescentou que os trabalhos iniciaram com a limpeza completa de todo o edifício, assegurando que a empresa tem todo equipamento necessário para que as obras decorram dentro do período previsto.
Não teremos percalço algum na execução deste trabalho, talvez surjam, desprevenidamente, problemas administrativos que nos possam obrigar a algum interregno. Contudo, rezemos para que isso não aconteça, ajuizou o Eng. Carlos Serra, acrescentando não haver lugar para rompimento das relações que unem estas duas instituições.
Foi esta empresa que construiu o imponente edifício onde funciona, presentemente, o Centro Cultural da UniRovuma, no centro da cidade de Nampula, inaugurado pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, em Novembro do ano passado.
Ela construiu, igualmente, alguns edifícios no Campus Universitário de Napipine e iniciou com as obras do projectado Campus de Anchilo, paralisadas há anos por imperativos conjunturais. Por isso, as relações laborais entre estas empresas remontam há anos.
Por seu turno, o Mestre Arlindo Nkadibuala, director do Património e Desenvolvimento de Infraestruturas, manifestou a sua confiança na empresa contratada e garantiu existirem fundos para o pagamento da empreitada.
De acordo com o Mestre Nkadibuala, o edifício comportará seis salas de aulas, cerca de 25 gabinetes, posto médico, refeitório, cozinha e outros serviços sociais. As salas de aulas serão ocupadas, preferencialmente, pelas turmas do curso de Direito, de acordo com a fonte.
Edifício em estado desolador
O Lar de Estudantes “3 de Fevereiro” está paralisado há cerca de 20 anos, encontrando num estado de abandono e desolador. Este virou um covil de marginais e drogados, os quais fazem do edifício um local para prática de várias ilicitudes.
A parte traseira do mesmo, onde se encontra aquilo que outrora foi cozinha para confecção de refeições de estudantes internados e espaço de lazer destes, virou uma autêntica selva e depósito de excrementos humanos.
O cheiro exala logo a entrada frontal do Lar “3 de Fevereiro”, mesmo na Rua dos Continuadores, que parte da Escola Secundária de Nampula até a rotunda, com continuidade até à Praça dos Heróis, passando pelo Supermercado Shoprite e Messe Militar.
O encarregado das obras de restauro do antigo Lar de Estudantes garantiu-nos que o actual estado será revertido, devolvendo àquele espaço o bom ambiente e bela vista que merece e que sempre lhe caracterizou.